segunda-feira, 19 de maio de 2008

XIII
Jorge foi trabalhar, enquanto isso, Daniela lavou a loiça, e de seguida os dentes. A seguir foi fazer os trabalhos de casa. Ligou o rádio e fê-los num instante.
Eram 16h e ela foi dar milho e cevada às galinhas e erva aos coelhos. Tinha um galo e seis galinhas. Os coelhos eram três e um deles era branco e com os olhos vermelhos.
Daniela lanchou e durante o lanche o irmão chegou. Ela foi logo ter com ele e pergunta-lhe:
- Raul quero saber se há vida depois da morte.
- Para que queres saber isso?
- Olha, quero saber. Existe céu?
- Muitos acreditam que sim. Mas acho que ninguém sabe. É como se Deus existe ou não. É tão parvo dizer que sim como não. Eu acredito que sim. Mas às vezes nem sei!. A vida depois da morte, é o seguinte, a pessoa morre, mas a sua alma não, e esta vai para o céu junto de Deus; percebes?!
- Mais ou menos...
- É pá! És mesmo chata. Se tu fores boazinha vais para o céu, se não fores, vais para o inferno.
- Ah! Quer dizer que também existe o inferno?
- Pois! Sabes que mais, pergunta aos pais que eles sabem mais que eu.
- Ok! maninho.
- Não me chames assim que eu não gosto.
- Ok! Raul.
- Ainda vais fazer o tal bolo?
- Sim, e que tal tu gravares no vídeo, enquanto eu o faço.
- Boa ideia!

terça-feira, 13 de maio de 2008

XII
A casa de Daniela era antes da do Tiago. Despediram-se à maneira especial deles, cada um puxando à de leve a orelha do outro.
Na casa de Daniela, Jorge esperava-a na cozinha com um dos seus cozinhados; hoje era esparguete com legumes e salada. Comeram com pauzinhos, pareciam uns chinezinhos. Daniela aproveitou e perguntou ao pai se existia vida depois da morte. O pai respondeu:
- Sinceramente não sei. Nada está provado acerca desse assunto, embora eu acredite que não. Acho que do modo como nascemos do nada, quando morrermos também não restará nada senão um corpo sem vida. É tudo uma questão de fé, é conforme as religiões, umas acreditam que sim outras não. Aqui em Portugal, a maioria da população é cristã, ou seja acreditam em Deus. Contudo ninguém tem provas se Deus existe ou não, é como já tinha tido, é uma questão de fé. No início do cristianismo as pessoas tomavam Jesus como exemplo de vida, assim as mortes eram bem aceites pelos crentes. Os Romanos colocavam os Judeus, pessoas que acreditavam em Jesus nas arenas afim de serem devorados por leões ou, então eram queimados. Era horrível, mas os Judeus morriam com alegria porque acreditavam que iam para o céu.
- Quer dizer, que os Judeus só surgiram depois de Jesus ter sido morto?
- Não, eles já existiam antes de Jesus. Lembras-te uma vez contei-te a história de Abraão.
- Sim, sim lembro-me. Conta-me mais.
- Bem, o cristianismo ganhou força graças aos mártires. As pessoas viam como aqueles tinham morrido com tanta coragem, e queriam alcançar também aquela fé e força de vontade. A parte de depois de se morrer ir para o céu, ninguém sabe.
- Oh pai, mas porquê matavam os Judeus?
- Porque nessa altura corriam boatos que eles eram canibais, devido à parte em que Jesus disse na última ceia “tomem e comam. Isto é o meu corpo” “bebam ... isto é o meu sangue”.
- Que parvoíce!
- É verdade. Mas agora tenho que ir para o emprego, querida. Adeus. Se quiseres saber mais, pergunta ao teu irmão quando chegar, ou se quiseres, hás-de encontrar livros na biblioteca. Ah! E não te esqueças de dar de comer às galinhas e aos coelhos.
- Adeus pai, e obrigado pela história.