sexta-feira, 11 de abril de 2008

XI

À 13horas Daniela foi para casa com o seu vizinho chamado Tiago. Ele costumava contar-lhe histórias fantasiosas, coisas provindas de um cérebro recheado de uma fértil imaginação. Contudo Daniela já sabia que quase nada do que ele dizia era verdade, mas mesmo assim ela gostava de acreditar nessas mentiras por instantes. Deixa-se levar pelo imaginário. Ela acredita que dentro de cada corpo existe um universo muito maior que o próprio corpo em si. Ela própria já chegou a pensar que podia ser apenas uma mentira, mas chegou à conclusão que tinha de ser verdade, pois como é que afinal surgiam os sonhos, ou como é que se podia criar tanta coisa. É um universo que tem o nome de imaginação e consciência, e por ser tão vasto é que Daniela lhe deu outro nome.
Hoje encontraram uma pedra preta e pesada que Daniela nunca antes tivera visto, Tiago disse logo que era uma pedra doutro planeta, onde existiam outros seres, extraterrestres. A seguir afirmou que era um sinal de que ia ocorrer uma chuva de baratas. Daniela frisou a cara e disse para o Tiago:
- Hoje foste longe demais, não vês que isso é impossível, as baratas não caem do céu.
- Mas podem ir para o céu. A minha mãe contou-me que quando morremos vamos para o céu.
- Não sei- disse Daniela- acho isso muito esquisito. Existirá mesmo vida depois de morrermos; então se morrermos como é isso?! Quando tinha 7 anos o meu avô José morreu, será que ele está no céu? Mas se ele está lá, porque é que temos de ir ao cemitério? É tão esquisito. Será que existem árvores e animais lá no céu?
- Nehm! Lá no céu só devem existir pessoas e, mais nada.
- Pois! – rindo-se a Daniela – Eu bem te disse que as baratas não vinham do céu!
- Ah! Ah! Ah!, que piada!!
- Bem, temos de nos despedir pois, já estou quase a chegar a casa.- Disse Daniela.
- Olha! Acho que tenho lá em casa um livro que fala sobre isto, amanhã vamos ver quem sabe mais! Aposto como sou eu.
- Tontinho, o que é que tu ganhas com isso?
- Não sei, mas já sabes, eu adoro ser o primeiro a tudo.

terça-feira, 8 de abril de 2008

X
Com o seu ar distraído, Daniela olha para a janela. A professora, sem ela dar por isso, deu uma chapada na mesa, e Daniela assustou-se, quase que o coração lhe saltava pela boca. Então a professora disse:
- Ai!, menina Daniela , o que estava eu dizendo?
- Não sei, mas sei que era alguma coisa muito importante, porque se não fosse a professora não me estava a perguntar.
- Bem!, se voltas a estar distraída na aula outra vez, nem sei o que te faça!
- Desculpe professora, não volta a acontecer.

Praticamente todos da turma tinham um sorriso estampado nas suas caras; a Irene quase que não se conseguia conter com tanta vontade de rir que ela tinha.
Hoje, Daniela aprendeu a dividir as palavras por sílabas, ela já tinha aprendido mas já não se lembrava muito bem. Aprendeu que quando só existe uma sílaba chama-se monossílabo, que gato era dissílabo e carvalho era polissílabo. Também fez a correcção do trabalho de casa, e uma ficha de matemática.
Tocou a campainha, e Daniela e suas amigas foram brincar. Mas primeiro, ela comeu o lanche que era iogurte e banana. Trocou com suas amigas, folhas de blocos com desenhos com cheiros iguais ao de perfume. Jogou ao elástico, à macaca e às tais brincadeiras com os braços e as mãos.
Daniela fartou-se de brincar como sempre. No recreio havia um pinheiro que ela e a Irene tinham baptizado como símbolo da sua amizade. No recreio também havia duas figueiras, uma alfarrobeira, uma oliveira e uns quantos pinheiros. Ao pé da estrada existia uma roseira, com rosas brancas. De lá os meninos tiravam os espinhos e colavam-nos nas mãos com cuspo, e diziam para as meninas darem um passãobem. Claro que elas não davam, pois já sabiam o truque; inclusive havia raparigas que o faziam também. Daniela não fazia, quando alguém a chateava ela limitava-se a não ligar.
Sem dar por isso o recreio acabou com o som da campainha. Entraram na sala e a professora deu mais matéria, e no fim mandou trabalho para casa.

quinta-feira, 3 de abril de 2008

IX

Daniela sonha com vespas aquáticas que tinham pompons no rabinho. Eram pretas e vermelhas. Ela sentava-se em cima de um caracol e foi a um castelo para se esconder das vespas. Quando lá chegou surgem milhares de formigas no chão, ela dá um salto para cima de uma mesa, baixa-se e começa a repetir para ela mesma isto é um sonho, isto é um sonho.
Assim, com o senhor sonho, que só aparece quando todos adormecem, a noite foi passando.
O relógio do quarto dos pais apitou, levantaram-se e foram tratar do pequeno-almoço.
Daniela acordou às 7 horas e 20 minutos, olhou pela janela e viu que o dia estava muito lindo. O sol brilhava tanto que até lhe encadeava os olhos. A terra da vizinha estava lavrada, mas não estava toda, existia uma parte que possuía vinha. Ontem tinham ido apanhar as uvas. Daniela recorda-se de um dia que estava a correr pela vinha, e o vizinho ralhar-lhe, mas depois deu-lhe um guacho de uvas e disse que ela era muito bonita.
Daniela vestiu uns calções azuis, uma t-shirt verde, pôs o chapéu que recebera no aniversário, que era cinzento claro como os dos arqueólogos.
Na cozinha sentaram-se todos para tomar o pequeno-almoço. Daniela comeu uma sandes de pão integral com mel e queijo, um copo de leite e uma maçã.
Às 7h e 45m Daniela foi para a escola a pé. A escola que fica a 15 minutos de sua casa.
Ao lado de Daniela, na secretária da escola, fica a sua melhor amiga, Irene. Ficam na segunda mesa da direita, mesmo ao pé da janela. Daniela frequenta o 4ºano e fica no 1ºandar do edifício.